Um estudo recente realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública destacou os riscos associados à participação direta de militares na política. Segundo os pesquisadores Rodrigo Lentz e Pedro Kelson, é fundamental que os militares mantenham imparcialidade em relação aos eleitos, estabelecendo limites claros. Conforme apontado pela pesquisa, militares com menos de dez anos de serviço devem se afastar das atividades militares para se candidatar, enquanto aqueles com mais de dez anos precisam passar para a reserva se forem eleitos.
O estudo ressalta que historicamente, a elegibilidade de profissionais das armas gerou instabilidade política e social, podendo levar a rupturas institucionais. Além disso, a participação de militares da ativa em processos eleitorais pode desencadear disputas partidárias dentro dos quartéis, afetando a hierarquia e disciplina.
É interessante notar que em diversos países como França, Alemanha, Bélgica, Espanha, Itália, Portugal, Reino Unido, Estados Unidos, Uruguai, Argentina e Chile, militares da ativa não são elegíveis para cargos políticos. Nos Estados Unidos, por exemplo, os militares da ativa têm restrições como não poder participar de arrecadação de fundos, comícios, ou discursos políticos enquanto estão em uniforme.
Na Alemanha, os militares da ativa não podem se filiar a partidos políticos, expressar opiniões políticas publicamente ou se envolver em campanhas eleitorais, tanto como candidatos quanto apoiadores. Uma vez na reserva, têm mais liberdade, mas são desencorajados de se identificar de forma muito marcante como membros das forças armadas.