Alergias alimentares são respostas incomuns do corpo quando o sistema imunológico identifica certos alimentos como estranhos. As causas exatas dessas reações ainda são desconhecidas, apesar de diversos estudos em andamento sobre o assunto. Fatores como mudanças na flora intestinal, alimentos com aditivos químicos e higiene excessiva na sociedade moderna podem estar relacionados ao aumento dessas alergias, segundo o alergista José Luiz de Magalhães Rios, da ASBAI.
Um aspecto relevante é o momento do desmame. Entre 4 a 8 meses de idade é ideal para introduzir alimentos, pois é quando o sistema imunológico está preparado para desenvolver tolerância. A introdução muito precoce ou tardia de alimentos pode aumentar o risco de alergias. Porém, alergias alimentares podem surgir em qualquer fase da vida, inclusive na idade adulta, como é o caso de alergias a camarão, frutas ou castanhas. O histórico familiar também pode influenciar as tendências alérgicas.
Alimentos como leite, ovo, trigo e soja são os mais alergênicos em crianças, enquanto em adultos são mais comuns alergias a camarão, frutos do mar, peixes, algumas frutas e castanhas. Existem testes, como exames de sangue para IgE específico, testes cutâneos alérgicos e testes de provocação oral, que podem auxiliar no diagnóstico de alergias alimentares. Identificar os sintomas e os alimentos suspeitos é crucial para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.
A segurança do paciente é fundamental quando se trata de identificar e lidar com alergias alimentares. Em muitos casos, a supervisão médica durante a ingestão de alimentos desencadeadores de alergia pode ser decisiva para diagnosticar com precisão a condição.
Os sintomas de uma alergia alimentar podem variar, desde problemas digestivos, como cólicas e vômitos, até manifestações na pele, como urticária e inchaço. Além disso, sintomas respiratórios, como falta de ar e tosse, e sintomas nasais, como coriza e espirros, também podem indicar uma reação alérgica.
No tratamento de uma alergia alimentar, o ideal é evitar o consumo do alimento causador da reação alérgica. Além disso, podem ser administrados medicamentos como anti-histamínicos e corticoides para aliviar os sintomas. Em casos graves, como choque anafilático, a aplicação de adrenalina e o uso de oxigênio podem ser necessários.
Existem opções de tratamento, como a dessensibilização por imunoterapia oral, que pode ajudar o paciente a tolerar melhor o alimento alergênico. Para alergias que surgem na infância, muitas crianças desenvolvem tolerância com o tempo, enquanto alergias adquiridas mais tarde tendem a persistir por toda a vida, sendo mais difíceis de curar.